Tudo o que você precisa saber sobre introdução alimentar

Iniciando os alimentos sólidos na dieta do bebê. Quando começar?

Primeiramente, vou deixar uma dica: leia esse (clique aqui) post também para entender um pouco mais sobre a importância de iniciar essa fase da maneira correta! Agora sim, vamos lá, “mãos na massa”!

Leite materno até o 6º mês:

Hoje, depois de muitos estudos e avaliações já sabemos que o aleitamento materno (ou se por algum motivo você não teve a oportunidade de amamentar, com fórmula –leite em pó- segue o mesmo esquema), deve ser EXCLUSIVO até essa idade, pois sozinho o leite materno contém tudo o que o bebê necessita, inclusive água.

A oferta de chás, sucos e água é desnecessária e pode prejudicar a sucção e nutrição do bebê, pois o volume desses líquidos irá substituí-lo (obvio não?), fazendo com que o bebê não ingira todos os nutrientes (que só existem no leite) que ele precisa. O bebê irá mamar menos volume impedindo que mame o leite posterior (leite do final da mamada) que é rico em gordura. Qualquer alimento ou líquido que não seja o leite nessa fase, pode prejudicar o desenvolvimento do bebê.

O Leite materno contém prebióticos, que auxiliam no fortalecimento do sistema imunológico dos bebês.

Estudos mostram que a amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo asma e sibilos recorrentes (VAN ODIJK et al., 2003). Assim, retardar a introdução de outros alimentos na dieta da criança pode prevenir o aparecimento de alergias, principalmente naquelas com histórico familiar positivo para essas doenças.

A exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias de vida parece aumentar o risco de alergia ao leite de vaca. Por isso é importante evitar o uso desnecessário de fórmulas lácteas nas maternidades (continue lendo aqui).

No passado (nooo PASSADO), a introdução alimentar era feita por volta dos 4 meses, mas isso mudou e existem milhões de estudos e pesquisas explicando o porquê disso ocorrer apenas no 6º mês.

É TRISTE ver que muitos pediatras ainda permanecem nesse sistema antigo e desinformado, pesquise e se informe sobre o que realmente é melhor para o seu filho!

 

Alimentação complementar após o 6º mês, pois:

A partir do sexto mês o leite por si só não contém mais os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê, por esse motivo é indicado a introdução complementar, que deve ser feita de forma gradual. Chamamos de alimentação complementar, pois o leite ainda será a base alimentar do bebê, os alimentos sólidos apenas complementarão a dieta.

Antes do 6º mês, o sistema digestivo do bebê ainda não está preparado para os alimentos sólidos, é muito imaturo e a iniciação precoce pode desencadear ou facilitar o aparecimento de alergias (pois o intestino ainda não é capaz de filtrar as substâncias mais alergênicas). Entre o 6º e o 7º mês as enzimas digestivas já são produzidas em maior quantidade.

Apenas a partir dos 6 meses o reflexo de protrusão da língua diminui (o bebê empurra o alimento com a língua para fora da boca) progressivamente, o que facilita a ingestão de alimentos sólidos.

A criança desenvolve habilidade para sentar-se, facilitando a alimentação e o uso de cadeirões.

 

Como começar?

 

6 meses:

Do Francisco, iniciei as frutas na última semana do 5º mês, pois eu iria viajar e iniciar a alimentação longe da pediatra, então conversando com ela, iniciei uns dias antes. Do Antônio comecei exatamente no dia que completou 6 meses (e se fosse hoje não teria começado a dor Francisco 1 semana antes).

Cada alimento deve ser dado ao bebê individualmente durante 3 a 7 dias, pois dessa forma é fácil identificar qualquer possível alergia. Por exemplo:

 

1ª semana:

Do Francisco: Iniciei com suco (puro) de laranja lima por 7 dias. No primeiro dia Francisco tomou 30 ml, no segundo 60ml e no terceiro 80ml. Fui aumentando a quantidade progressivamente. Cuide para não oferecer no primeiro dia 100Ml, isso pode gerar muitos desconfortos para o bebê, como cólica, diarreia, constipação, vá aos poucos e sem pressa.

Do Antônio: Com mais informação não ofereci suco para ale até 1 ano de idade e comecei diretamente com as frutas raspadas (suco não é recomendado).

 

2ª semana:

Iniciei o suco de cenoura (ralada e amassada com a mão, misturada com água, metade suco e metade água). Francisco tomou 30 ml e nos outros dias da semana não aceitou de forma alguma.

Não permaneci oferecendo suco depois desse período. Iniciei as frutas, pois até hoje não ofereço suco ao Francisco (explico ao longo do post). O meu maior objetivo era (e é) que o Francisco gostasse de comer as frutas e não apenas de tomar o suco, no futuro isso influenciará muito nos hábitos dele. Comecei da forma que desejo manter.

As frutas recomendadas nessa fase são as mais doces e menos cítricas: Maça, Banana, pera, mamão, etc.

No almoço a mesma coisa, um alimento por vez, pelo mesmo motivo, identificar alergias e também, para dar a oportunidade para o Francisco descobrir os sabores individuais, identificando suas preferências.  Aos poucos fui misturando os alimentos (recomendação da nutricionista).

 Francisco feliz

(O “cara” mais feliz do mundo comendo a primeira papinha!)

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Como ficou a Rotina:

8:30 – Leite (materno ou fórmula no caso do seu filho tomar).

10:30 – Fruta (ou suco se você optar)

12:30 – Almoço

14:30 – Leite

E as demais refeições apenas leite, o segundo lanche introduzi na 3ª semana.

 

Alimentos Permitidos:

Legumes em geral, frutas (menos Kiwi, morango, alimentos que contenham muito agrotóxico, – se você encontrar orgânicos, ai é liberado).

 

Não recomendados nessa fase:

Peixe: (existem divergências, mas a maioria dos profissionais não recomendam antes de 1 ano, pois é um alimento muito alergênico).

Carnes em geral: Depois do 7º mês (frango de preferência), mas para alguns profissionais apenas após o 8º mês, por ser um alimento de difícil digestão.

Grãos: Cereais, Feijão, grão de bico, lentilha, etc.

Ovo (apenas ao 8 mês inicia a introdução) e Leite de Vaca (apenas depois de 1 ano)

 

Textura dos Alimentos:

É importante que nessa fase de transição os alimentos sejam apenas amassados, não é recomendado (por todos os profissionais que conversei e pesquisei) bater os alimentos, pois nesse processo muitos nutrientes se perdem.

 

Quantidade de alimento:

Não se desespere se o seu bebê não aceitar mais que duas colheres, isso é totalmente normal. Nessa fase a maioria das crianças consegue comer apenas 1 colher de sopa. Permita que o seu filho expresse a hora certa de parar, sem ansiedade em ver o prato vazio tão cedo.

 

Lembrando que:

O ministério da Saúde recomenda alimentar o bebê com intervalos de 2 horas em 2 horas e no em máximo em 3h-3h (leia mais no manual que recomendei no Post anterior, esse aqui). Não estabeleça horários tão rígidos para alimentação, é importante que o bebê aprenda a identificar quando estiver com sinta a fome, mas cuide para não ultrapassar esse espaço de tempo (3h em 3h).

Francisco se alimentava mais ou menos nos horários que citei, pois acordava entre 7:30 a 8:30h e sentia fome mais ou menos a cada 2 horas, então, naturalmente estabeleceu-se uma rotina.

Antônio acordava as 7:30 e sua alimentação variava entre 2 a 3 horas também.

 

7 meses:

Inserir: A janta, a carne (como já falei alguns médicos recomendam apenas no 8º mês, mas eu introduzi no final do 7º mês).

Nesse mês também é introduzido o ovo, mas apenas ¼ da gema, ir aumentando aos poucos (é recomendado ofertar uma ou duas vezes por semana).

 

Textura dos Alimentos: Ainda em formato de “Papinha” (apenas amassado), mas comece a deixar os alimentos um pouco maiores (não utilize peneira, só amasse com o garfo)

comida amassada

(Comida amassada)

Quantidade de alimento: Segundo a pediatra do Francisco, para a mãe ter uma ideia da quantidade de comida, existe um cálculo baseado no peso, idade e altura de cada bebê que o pediatra pode fazer. O do Francisco eram 120g de alimento em cada refeição. Eu sempre colocava essa quantidade e deixava ele escolher o quanto queria comer.

Eu nunca tive problemas com isso. Francisco às vezes não come essa quantidade (eu não complemento com leite, pois encaro que ele está saciado) e as vezes ele come muito mais.

Eu acredito que a única pessoinha (hehe) que sabe a quantidade correta é ele, até uso essa quantidade como base, mas sempre sigo a vontade dele.

Essa recomendação segue nos demais meses e com o tempo aumenta (claro).

 

Rotina alimentar do Francisco:

8:30 – Leite (materno ou fórmula no caso do seu filho tomar).

10:30 – Fruta Amassada (ou suco se você optar)

12:30 – Almoço

14:00 – Leite

16:00-  Lanche (Fruta amassada)

18:00 – Janta

20:00 – Leite

00:00 – Mamada dos sonhos.

 

8 meses:

Inserir: A carne, os grãos, e a clara do ovo (os poucos).

Nessa fase você pode começar a introduzir cerais nas frutas, como aveia, linhaça, chia, quinoa, etc.

A rotina permanece a mesma do 7º mês até o 12º mês.

Textura dos Alimentos: A partir desse mês, você pode começar a oferecer os alimentos em pedaços maiores (mais que no 7º mês) para o bebê ir se adaptando, pois logo ele se alimentará da mesma comida da família (com temperos mais amenos e menos sal, mas isso já é outro Post).

9 meses:

A rotina permanece a mesma, o que muda um pouco é a textura dos alimentos. Estou nessa fase agora e incentivando o Francisco a comer os alimentos com a mão e em pedaços grandes (confira no Instagram).

papinha e manga

(Francisco está adorando essa nova experiência, nós estamos nos divertindo!)

comida amassada

(Mas, no geral ele ainda come mais e prefere a comida amassada)

Observação:

Com Antônio eu ofereci as frutas grandes desde os 6 meses e meio em sua mão e ele ia explorando o quanto conseguia comer. Fomos muito bem orientados de como fazer isso e nos sentíamos seguros. Primeiro deixávamos ele explorar as frutas grandes e depois complementávamos com as frutas amassadas.

Por esse motivo, sempre recomendo buscar o auxílio e conhecimento de uma nutricionista desde a introdução alimentar. Saber como e o que fazer é essencial nessa fase, pois o paladar e os hábitos alimentares começam a ser definidos desde a introdução alimentar. Primeiro deixávamos ele explorar as frutas grandes e depois complementávamos com as frutas amassadas.

 

10 a 11 meses:

Vá preparando o bebê para o 12º mês, tornando sua refeição o mais próxima possível da família (com algumas alterações, claro).

 

12 meses:

Nessa fase o bebê já está pronto para se alimentar da mesma comida da família. Lembrando que doces, frituras e comidas que não saudável não são recomendadas para a criança (e para a família toda).

Lembrando que: Você e sua família são os exemplos dos seus filhos e é muito importante eles verem vocês consumindo alimentos saudáveis, isso despertará neles vontade também. Nessa fase as crianças tendem a imitar os adultos. Além de ser ideal para os seus filhos, é uma oportunidade para a família toda consumir alimentos mais saudáveis e manter uma dieta equilibrada (se sua família já não mantém essa alimentação).

tabela introdução alimentos sólidos

(Esquema resumido)

Como preparar:

Agora vem à parte mais gostosa! Preparar uma papinha é muito simples, basta apenas alguns cuidados na escolha dos alimentos.

Escolha sempre um ou dois alimentos de cada grupo alimentar, assim o seu filho terá todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento (siga a Orientação dos alimentos permitidos e introduzidos de cada fase).

Dica: A pediatra do Francisco me orientou a aumentar as verduras toda vez que ele estiver com o intestino mais lento ou preso.

 

Grupos Alimentares:

  • Proteínas (responsáveis pela construção do organismo): Carne Bovina, frango, peixe e ovo.
  • Carboidratos (são importantes para dar energia ao bebê): Batata, Batata doce (branca ou roxa), batata inhame, batata salsa, mandioca, arroz, massa, etc.
  • Legumes (são responsáveis pela manutenção das vitaminas e minerais): Abobrinha, cenoura, brócolis, pepino, couve-flor, abóbora (moranga), beterraba, chuchu, etc.
  • Verduras (também são responsáveis pela manutenção das vitaminas e minerais): Couve, espinafre, repolho, alface, rúcula, agrião, escarola, etc.
  • Grãos (responsável pela construção do organismo): Feijão, Lentilha, grão de bico, vagem, ervilha (nunca a enlatada, pois é conservada na salmoura), etc.

 

Como temperar:

Não é necessário (e recomendado) utilizar sal na comida do bebê, mas se você for usar, coloque apenas uma pitada (nem meia colher de chá) para uma panela cheia.

Você pode utilizar vários temperos naturais (nunca industrializados ou secos): Salsa, cebolinha, manjericão, cebola, alho, orégano, coentro e tomilho.

Você pode utilizar azeite de oliva também como tempero, mas nunca o frite, após terminar a comida coloque uma colher de chá para toda a “sopa”.

Dica: Aqui em casa nós (o papai) “fizemos” uma hortinha em vasinhos na sacada para o Francisco ter acesso a todos esses temperos (menos cebola e alho) de forma natural, sem agrotóxicos.

Utilize uma colher de chá de óleo de milho (ou canola) para fritar os alimentos, segundo a indicação da pediatra essa quantidade de gordura é importante para o organismo do bebê.

Modo de preparo:

Primeiramente pique os legumes (quanto menor mais rápido irá cozinhar), para facilitar na hora de amassar.

Doure a carne (com uma colher de chá de azeite de milho – para toda a panela- e um pouco de água), a cebola e o alho (se você for usar), depois introduza os legumes e refogue um pouco antes de colocar a água,  assim, realçará mais os sabores dos alimentos.

Adicione a água, apenas até cobrir os alimentos (ou cozinhe-os no vapor), para manter o máximo possível os nutrientes. Chamamos de sopa, mas na verdade não é (cheia de líquido).

Apenas no final adicione as verduras verdes e a salsa (no início inteira, retirando no final, depois picada misturada na comida) para manter os nutrientes.

Lembrando que frutas e legumes enlatados não são indicados.

 Alimentos Sólidos na Dieta do Bebê

Receita para começar:

  • Batata, cenoura, frango (retirar no final) e massa ou arroz (opcional).
  • Batata Salsa, carne bovina, cenoura, couve, cebola (massa ou não).

Combinações de sucesso aqui:

  • Carne de frango, batata doce (Branca), cenoura (muito pouco), batata Yacon, vagem, e espinafre (às vezes substituo por alface americana). A Massa como sempre é opcional, mas nessa receita uso a massa integral (indicação da pediatra para melhorar o transito intestinal), Para temperar: salsa, manjericão e cebola.
  • Carne de gado (às vezes Frango), Moranga, brócolis, couve, (as vezes adiciono ervilhas nessa receita e fica muito gostoso), massa (ou arroz). Para Temperar: cebola, alho e salsa (às vezes coloco Quinoa -acho que combina bem com moranga- e diminuo um pouco a quantidade de carne).
  • Carne de gado, batata inhame (ou batata salsa), ervilha (nunca a enlatada), espinafre e cenoura (não uso massa se eu uso a batata inhame).  Para temperar: Cebola, cebolinha, salsa e alho.

Todas as receitas eu preparo da maneira que expliquei a cima, nessas receitas você pode ir inventando variações, substituindo os grupos alimentares e sempre oferecer novos sabores ao bebê.

Tenho e faço muitas outras receitas, pois repito apenas 2 dias a mesma comida (Francisco já teve alergia alimentar -falarei em outro post-,então, sempre repito a comida para analisar as reações nele).

 

É IMPORTANTE lembrar:

Se você não gosta de algum tipo de alimento, legume, carne, cereal, ofereça da mesma forma ao seu(sua) filho(filha), dando a oportunidade para ele(ela) gostar, não confunda as suas preferências com as dele(a), por exemplo: Eu odeio banana, mas é a fruta preferida do Francisco, ele come toda semana. Isso funciona da mesma forma com os doces e pães, ele não precisa comer porque você acha gostoso, ele não sente falta. Não sinta pena em não dar esses alimentos para ele, fique FELIZ em estar ensinado o seu filho a ter uma alimentação melhor que a sua, mais saudável.

Dica: Para facilitar a hora da alimentação, organize os objetos do bebê todos no mesmo lugar, assim, você já sabe aonde encontrar as coisas na hora da correria:

Alimentos Sólidos na Dieta do Bebê

Como CONGELAR os alimentos:

Congelar as papinhas é uma grande ajuda para as mamães que não tem tempo de cozinhar todos os dias, acaba se tornando muito prático e fácil. Já congelei diversas vezes e posso afirmar que pouco(ou nada) altera o sabor do alimento.

Toda semana faço receitas novas e congelo duas porções (almoço e janta) de cada, etiqueto elas com a data e os sabores, para no caso de um “aperto” eu já tenho o alimento pronto e com sabores variados. Também, faço isso com alimentos “base”, como carne (gado e frango), feijão, lentilha, etc. e troco apenas os acompanhamentos.

A pediatra me ensinou que o mais importante na hora de congelar os alimentos é sempre levar o alimento AINDA QUENTE, LOGO QUE DESLIGAR DO FOGO, nunca deixar o alimento esfriar (o congelador não vai estragar, fique tranquila), pois é isso que garante os nutrientes e evita a contaminação do alimento.

Congele sempre em porções individuais, descongelando no microondas, na geladeira ou em banho maria (nunca deixe o alimento fora da geladeira para descongelar). O que sobrar jogue fora, nunca congele novamente. Toda comida que já teve contato com a saliva do bebê deve ser descartada, pois pode criar bactérias.

Eu geralmente cozinho a comida normalmente, mas retiro do fogo uns minutos antes do alimento ficar muito macio.

O alimento congelado dura em média 1 mês e apenas resfriado na geladeira 48 horas.

Lembre-se de congelar os alimentos em potes de vidro ou plástico que podem ir ao microondas, livre de BPA (leia os rótulos) e leia mais sobre o assunto aqui.

Não ofereça suco ao bebê:

Já comentei durante o Post que o Francisco não toma suco, até tomou no início da alimentação, durante 7 dias eu ofereci, mas depois disso não mais.

Você deve estar pensando que eu estou louca, certo? Suco e bebês é a combinação perfeita, até a “Eva” dava para o seu filho! (hehehe). Mas, atualmente os profissionais não indicam mais (lembre-se de cuidar com os profissionais do PASSADO), pois além de encher o bebê de líquido e não nutrir o suficiente, a ingestão de sucos pode estar associada ao Diabetes tipo 2 e isso não é bobagem ou lenda que o povo conta, é uma recomendação baseada em estudos científicos de muito valor.

Quando fazemos o suco, durante o processo de preparo pode-se perder as fibras e os nutriente das frutas e acabamos ingerindo mais açúcar, Frutose (natural da fruta). Então, sempre de preferência para a fruta, o bebê precisa se adaptar a sua textura e sabor original (menos doce).

EVITE OU EXCLUA o suco da alimentação do seu bebê, ele é recomendado apenas depois de um ano.

Ensine o seu filho a beber água:

Ofereça água potável sempre nos intervalos das refeições, é extremamente importante adquirir esse hábito.

O Francisco está com 9 meses e eu ainda tenho muita dificuldade em ensinar ele a gostar de água. No copo de transição ou mamadeira não toma de jeito algum (só se for durante as refeições, o que evito). Ele adora tomar no copo (de plástico, da pra acreditar?). Então, durante a tarde eu ofereço no copo ou em uma garrafinha de água mineral. As vezes precisamos buscar alternativas, pode demorar, mas aos poucos descobrirmos o que funciona melhor para os nossos filhos, o importante é não desistir.

Observação: Com o tempo Francisco foi se apaixonando por água em qualquer copo. Eu deixava diversos copos e bicos diferentes espalhados pela casa e assim ele começou a tomar. Antônio sempre foi apaixonado por água e até hoje ambos tomam muito.

 

Alimentos Proibidos (devem ser evitados):

Doces em geral, açúcar, alimentos industrializados, como salgadinhos, suco de caixinha, “todinho”,  bolacha maizena ou Maria, “Danoninho”, “Mucilon”, “Sustagen”, mesmo que todo mundo oferece ao bebê e esteja escrito na embalagem 6 a 8 meses, são alimentos industrializados que contém muito açúcar, indicados apenas depois de 1 ano e outros apenas 2 anos. Então, qual o benefício de dar ao bebê algo que na verdade não é bom para ele?

LEITE DE VACA e derivados (queijo, iogurte, leite, requeijão), não é recomendado antes de um ano,  pois são alimento altamente alérgicos.

Mel é expressamente proibidos, pois pode conter esporos da bactéria Clostridium botulinum, bacilo responsável pela transmissão do botulismo intestinal (leia mais aqui).

Por que não inserir doces ou gorduras na alimentação até os 2 anos da criança?

Depois que publiquei o Post anterior, muitas mamães me enviaram e-mails e mensagens aqui e na FanPage.  Algumas contaram suas histórias (que eu amei receber, mandem sempre viu?) e mandaram perguntas. Pude perceber que a maioria das mães ficaram com a mesma dúvida, então, com dados do Ministério da Saúde resolvi responder para todas nesse Post.

Os primeiros anos de vida de uma criança, especialmente os dois primeiros, são caracterizados por crescimento acelerado e enormes aquisições no processo de desenvolvimento, incluindo habilidades para receber, mastigar e digerir outros alimentos, além do leite materno, e no autocontrole do processo de ingestão de alimentos, para atingir o padrão alimentar cultural do adulto (ou seja, além de ser muito importante para a criança se desenvolver de forma adequada, a formação do paladar e hábitos alimentares também se formam nessa idade).

Essas considerações podem ser confirmadas quando observamos que uma criança cresce, em média, 25 cm no primeiro ano de vida e 12 cm no segundo ano, passando, a partir dos 3 anos, a crescer de 5 a 7 cm por ano. Associado a esse crescimento físico, a criança vai adquirindo capacidades psicomotoras e neurológicas que podem ser observadas a cada mês.

Esse processo é rápido, de modo que, dos 4 aos 5 meses de idade já sustenta a cabeça e com 6 meses é capaz de sentar sem apoio. Assim, torna-se inquestionável a importância da alimentação da criança nessa fase, uma vez que deficiências nutricionais ou condutas inadequadas quanto à prática alimentar podem, não só levar a prejuízos imediatos na saúde da criança, elevando a morbi-mortalidade infantil, como também deixar sequelas futuras como retardo de crescimento, atraso escolar e desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.

A promoção da alimentação saudável, de modo geral, deve prever um escopo amplo de ações que contemplem a formação de hábitos alimentares saudáveis desde a infância, é importante que a introdução da alimentação complementar seja feita em tempo oportuno e de qualidade, respeitando a identidade cultural e alimentar das diversas regiões brasileiras.

 

Dicas para facilitar a hora da alimentação:

  • “Comece da maneira que deseja manter”, não acostume o seu filho a se alimentar assistindo televisão, como a rotina, o sono, na alimentação não é diferente, hora de comer é hora de comer e não brincar. Ensine que comer também é divertido! Há algum tempo estava difícil alimentar o Francisco no almoço e me rendi algumas vezes nos dias chorões a “galinha pintadinha”, mas logo percebi que estava prejudicando a refeição, ele queria brincar e não comer (sem falar que a criança entende que comer é ruim e não aprende a observar a quantidade que realmente precisa, come distraída o que oferecerem). Então, quando ele está nesses dias chatinhos (e em toda janta) eu deixo ele fazer festa com a comida, tocar, sentir (aprender a ter prazer na hora da refeição), assim, ele come o dobro, muito feliz, sem brinquedos.

Alimentos Sólidos na Dieta do Bebê

(Amo essa bagunça! A sua curiosidade e realização em sentir o que está comendo)

  • Tenha muita PACIÊNCIA, mas muita mesmo, o tempo dos bebês é muito diferente do nosso.
  • Diminua a sua ansiedade em ver o prato vazio, nem sempre comer toda a comida é o melhor para o bebê. É importante que o seu filho aprenda a identificar a quantidade necessária que precisa comer (isso pode prevenir muitos distúrbios alimentares no futuro).
  • Não force o bebê a comer se ele não quiser, isso só tornará a refeição um momento ruim, mas se ele não gostar de um alimento na primeira vez, ofereça novamente em outro dia. Para dizer que uma criança não gosta de um alimento ela precisa provar pelo menos de 5 a 10 vezes (interessante não?).
  • Não inicie essa fase cheia de expectativas (menos riscos de se frustrar), mantenha em mente que é um processo lento e a quantidade de comida que o seu bebê irá consumir aumentará com o tempo.
  • Quando mais variada for alimentação do seu filho, mais nutrientes ele receberá e mais prazer ele terá ao provar cada delícia nova. Invente e reinvente, é muito gostoso poder cozinhar para os nossos filhos e para isso não são necessárias grandes técnicas, apenas amor e cuidado.

Lembrem-se mamães, alimentar o seu filho da forma adequada e saudável não é MODA, muito menos exagero, é uma questão básica de SAÚDE!

Alimentos Sólidos na Dieta do Bebê

(Todo esforço e dedicação valem a pena por essa fofura esperando o almoço!)

 

*Post brevemente revisado (adicionado dados do Antônio) alguns anos depois.

 

Até mais!

5 comentários em “Tudo o que você precisa saber sobre introdução alimentar”

  1. Ana, oi. Eu sigo a maioria das dicas que vc deu, ainda tenho dificuldade em me controlar em dar o que estou comendo ou me policiar a algumas comidas. A gente acaba agindo bem assim como vc falou, a gente acha que o bebê vai ficar mais feliz em comer doces e é um presente pra eles, mas na verdade eles não conhecem, como vao saber que é bom? Nunca tinha refletido muito sobre isso e lendo esse e o outro post eu vi que muitas coisas precisam melhorar aqui em casa. Para algumas mães isso por parecer um tapa na cara, mas na verdade é um alerta para a gente parar e refletir sobre essa nossa correria louca que não deixa a gente nem pensar no que é melhor pro nosso filho, não deixa nem a gente curtir eles. Pensar mais no futuro e não só no hoje, essa é que a verdade. Deixar aquele orgulho idiota de lado, de achar que faz tudo certo e começar a prestar mais atenção em quem quer nos ajudar. Adorei o post e parabéns por se propor a escrever e cuidar tanto assim desse espaço, está lindo e eu estou sempre de olho, adorando. Da pra mandar dica de Post no e-mail? Bjinho!

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    • Oi Amanda! Eu entendo você, pois por mais que eu não dê alguns alimentos para o Francisco as vezes eu sinto vontade, quando ele olha e pede o que estou comendo, as vezes paro de comer na frente dele e começo a comer o que ele pode, ai divido com ele. Quando ele percebe que estamos comendo a mesma coisa, nossa! Sorri muito, fica feliz e satisfeito, ele quer conhecer e participar, não significa que ele quer especificamente determinado alimento, como você falou, ele não conhece. Aqui em casa estamos adotando esses hábitos, tomar café com (quase) tudo que ele pode, comer na mesma hora e dividir tudo.
      A intenção do Post é trazer uma reflexão, um outro ponto de vista, outro modo de pensar. Não é para julgar ou criticar quem faz diferente, EU JAMAIS faria isso. A correria com certeza muitas vezes é nossa inimiga. Agora que estou em viajem, é muito difícil manter a mesma alimentação que em casa (sorte que aqui no hotel sempre tem frutas no café), mas a falta de tempo exige antecedência e preparação.
      Obrigada por acompanhar o Blog, fico muito feliz que você está gostando, esse espaço é nosso! Com certeza pode enviar, adoro receber dicas de Post por e-mail! Beijinhoss!

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