Descobrindo o mundo através dos sentidos!

Olá pessoal!

 

O Post de hoje é sobre um assunto que eu considero muito interessante e relevante para o desenvolvimento do bebê: descobrindo o mundo através dos sentidos!. Escrevi um “pouco” (pois novamente escrevi muitoo hehe) sobre a importância de desenvolver atividades que agucem os sentidos das crianças e também trouxe algumas dicas de como fazer isso!

Como já citei no post sobre “Picos de Crescimento” (esse aqui), a criança (de 0 a 6 anos mais intensamente) vivência muitos períodos sensíveis, pois ela está em uma fase de intensa absorção do seu ambiente, de conhecimentos e informações.
Toda criança passa por períodos em que os seus sentidos estão à flor da pele, buscando serem educados, buscando aprender, descobrir o mundo e seus mistérios.
Educar os sentidos (tato, olfato, visão, paladar e audição) da criança é o melhor e mais eficiente treinamento para o desenvolvimento intelectual, motor e cognitivo.
É através desses sentidos que a criança adquire e absorve com mais facilidade o que lhe é ensinado. A criança desenvolve uma maior sensibilidade visual e faz associações com mais rapidez.

“Antes de entender o mundo, o bebê o sente. Por meio de sons, cheiros, gostos e, principalmente, toques, é que ele vai compreender o que acontece à sua volta. E faz isso com o corpo inteiro: mãos, pés, cabeça, boca, língua, ouvidos, olhos… Todas as sensações são integradas com a percepção do seu corpo no espaço. À medida que ele as experimenta, vai construindo a memória de suas vivências. O bebê é um ser ativo, capaz de perceber e comunicar seu estado interior utilizando as sensações físicas, as emoções e os gestos. É por isso que faz sons de satisfação ao mamar ou ao ser pego no colo, relaxa o corpo ao receber uma massagem e demonstra felicidade quando ouve determinada música” (Dr. Antonio Carlos de Farias,  Gabriella Cuglovici).

O tato é um dos sentidos que mais auxilia a criança a adquirir conhecimentos, pois é por meio do movimento e do toque que as crianças exploram e decodificam o mundo ao seu redor, como dizia Maria Montessori: “As mãos são os instrumentos de inteligência do homem”.
As crianças sentem necessidade de tocar e pegar os objetos para conhecê-los, sentir suas texturas e formas. A criança coloca eles na boca, passar de uma mão para a outra, toca com os pés para então entender como “aquilo” funciona.
As brincadeiras além de estimular os diversos tipos de conhecimento, elas aproximam os pais da criança, ajudando ambos a se conectar e reforçar os vínculos afetivos.
O brincar para o bebê não significa apenas distração ou diversão, mas sim conhecimento, amor, carinho, vínculos, atenção, cuidado, etc. (Leia mais sobre o que significa brincar para a criança aqui)
Eu considero extremamente importante que exista essa intenção do bebê com os pais. O tempo que investimos em nossos filhos colabora muito para a educação que estamos lhe dando e isso influenciará de forma positiva ou não em seu futuro.

Observação: Não estou dizendo que precisamos só brincar o dia todo com o bebê para desenvolver afeto e aprendizagem (isso nem seria possível, pois precisamos fazer nossas atividades, trabalhar, cozinhar e o bebê precisa de um tempo “sozinho” -sem intervenção- para se descobrir). Estou dizendo que é fundamental reservar momentos especiais para brincar com a criança e lhe dar a devida atenção. Não é apenas a qualidade do cuidado que é importante, mas com certeza o tempo (a quantidade) que você dedica.

 

Como estimular os 5 sentidos do bebê:

 

Dicas do Dr. Antonio Carlos de Farias (neuropediatra do Hospital Pequeno Principe, em Curitiba-PR) e da educadora Gabriella Cuglovici (responsável pela Oficina das Sensações, que acontece no Mamusca, em São Paulo-SP) a partir da revista Crescer:

 

Tato

  • A shantala, massagem indiana feita em bebês é um momento especial de interação e ajuda a criança a relaxar. Use óleo ou creme hidratante (infantis) e aproveite esses minutos ao lado do seu filho (Aqui em casa praticamos a massagem todos os dias após o banho e é mágico, é o nosso momento! Francisco ama e relaxa muito, dorme tranquilo depois).
  • Estimule a pele do bebê com pinceis bem macios de diferentes tamanhos, uma pena ou tecidos molinhos.
  • Forre o chão com tecidos diferentes para a criança brincar. Dá para usar tule, seda, cetim e o que mais sua imaginação permitir.
  • Quando começar a oferecer alimentos, deixe-o brincar com a comida na mão e experimentar temperaturas diferentes e consistências variadas. Faz sujeira, mas vale a pena!

 

Depois do 6º mês do Francisco e principalmente aos 7 meses comecei a apresentar vários objetos diferentes para ele brincar. Preparei caixas com objetos parecidos e outras bandejas com objetos de diversas texturas (uma espécie de “cesto de tesouros”, nos próximos Post falarei mais sobre isso). Observe as fotos:

 

Descobrindo o mundo através dos sentidos!

(Brinquedos separados em caixas. Apresento para o Francisco apenas uma ou duas dessas caixas para ele escolher o que quer brincar)

Descobrindo o mundo através dos sentidos!

(Separo os brinquedos por tipo e as vezes preparo caixas -ou bandejas- com objetos de diversas texturas. Misturo até utensílios de cozinha, o que importa são os materiais diferentes)

Descobrindo o mundo através dos sentidos!

(Na prática é assim! Sempre curioso descobrindo e escolhendo!)

 

Visão

  • Esse é um sentido que deve ser trabalhado junto com o tato, porque o bebê antecipa com os olhos o que vai conhecer com as mãos. Mostre e depois ofereça a ele objetos de tamanhos e cores diferentes, variando a distância.
  • Quando nasce, o bebê tem a vista embaçada e vê o mundo fora de foco. Nessa fase, o contraste de cores, como branco e preto, é interessante. Em vez de móbiles supercoloridos, por que não criar um com formas geométricas em branco e preto, com papel? Aos 6 meses, em média, ele vai enxergar como um adulto.
  • Mostre também objetos em vários tons diferentes da mesma cor.
  • No banho de sol, deixe seu filho em uma posição em que consiga ver as coisas ao redor. Embaixo de uma árvore, por exemplo, ele pode observar as folhas balançando.

 

Audição

  • Não é só porque o bebê não entende que você não deve falar com ele. Muito pelo contrário. Conversar é fundamental para que ele aprenda a se comunicar.
  • Crie narrativas nos diversos momentos da rotina. Use timbres e tons de voz diferentes, crie melodias…
  • Coloque músicas de gêneros diferentes para ele ouvir. Mas também deixe o bebê ficar em silêncio, o que é igualmente importante, pois o excesso de estímulos sonoros pode deixá-lo agitado.
  • Não poupe o bebê o tempo todo dos barulhos rotineiros da casa.
  • Deixe-o jogar um objeto no chão e reparar no som que faz ao cair. Também permita que ele faça barulho com potes e panelas.

 

Olfato

  • Coloque um cheirinho diferente na hora do banho, como lavanda ou hortelã, na água da banheira.
  • Deixe-o sentir o cheiro da comida – o que, aliás, influencia positivamente o paladar e aumenta as chances da criança comer melhor.
  • Faça sempre passeios ao ar livre, como no jardim ou na praça – um ótimo estímulo para todos os sentidos. Ponha um tecido gostoso na grama e deixe que o bebê sinta o cheiro da terra.
  • Coloque diferentes tipos de chá (camomila, erva-doce, erva-cidreira, horela, manjericão, alecrim) naqueles borrifadores de roupa para a criança brincar com a “chuva cheirosa”.

 

Paladar

  • Leve seu filho à feira desde pequeno e incentive-o a experimentar novos sabores (frutas que não se come a casca e que não precisam ser lavadas, por exemplo).
  • Deixe-o livre para provar os alimentos – e prepare-se para a sujeira. Comida não é brinquedo, mas manusear é uma ótima maneira de conhecê-las e criar gosto por elas.
  • Ofereça alimentos com texturas diferentes, um bom exercício para a mastigação.
  • Criança não precisa comer comida sem sabor. Use temperos naturais para não abusar do sal.

Descobrindo o mundo através dos sentidos!

(Francisco ama sentir a textura da comida, os pedaço maiores e descobrir novos sabores)

 

Algumas Dicas de mãe para mãe:

 

Respeite o tempo do seu filho: Cada criança se desenvolve de maneiras diferentes (sempre ressalto isso, pois é muito importante), nem todas as crianças caminham, sentam, falam, gesticulam na mesma idade. Cada criança tem o seu tempo e momento. Por isso, quando você perceber que o seu filho não está conseguindo realizar alguma atividade e se sentindo muito frustrado, troque de brincadeira e tente repetir ela depois de alguns dias. Não force ou obrigue o bebê a aprender algo que ele AINDA não está pronto, permita que ele aprenda no seu tempo.

 

Comece cedo: Você pode (e deve) iniciar as atividades no primeiro mês do bebê. No início as atividades não terão muita interação e aumentará o ritmo conforme a capacidade do seu bebê. Você pode começar com brincadeiras mais leves como: cantar, conversar, tocar, etc. Tudo isso irá lhe conectar ao seu bebê, proporcionando segurança e aconchego para ele. Também, você irá estimular e ensinar diversos conhecimentos novos, acredite!

 

Mostre como se faz: Quando o seu bebê sentir dificuldade para realizar uma tarefa que ele está muito interessado, ajude-o mostrando como fazer através de palavras e atos: “Filho, para a bolinha descer você precisa derrubá-la com a sua mão” (e ao mesmo tempo demonstre na prática). Assim, aos poucos o bebê perceberá que ele também é capaz de realizar aquela atividade, quando isso ocorrer ele ficará muito feliz e realizado.

 

De espaço a seu filho: As crianças durante as brincadeiras precisam de espaço para se sentirem livres e assim escolher os objetos que despertem mais curiosidade. Quando oferecer brinquedos (as caixas, bandejas ou cestos que citei) deixe seu filho explorá-las sem interferir por algum tempo. Mostre para ele como se faz, mas permita que ele escolha, toque e sinta.

 

Tente não superproteger o bebê: É importante permitir que o bebê engatinhe pela casa (nos lugares e momentos que você considerar apropriados), para descobrir lugares novos e assim realizar pequenas conquistas sozinho. Quando você for liberar alguma atividade que considera mais “perigosa” (ficar em pé em algum móvel sozinho), sempre fique por perto para ajudar e auxiliar o bebê se ele precisar.

 

Preste atenção nas (novas) necessidades do seu filho: elas se modificam rápido e as vezes demoramos para perceber. Depois que o Francisco completou 6 meses e começou a sentar muitas coisas mudaram, pois a forma e a interação dele com a gente e com o mundo mudou. Ele começou a entender a funcionalidade dos brinquedos, começou a sentir necessidade de realizar atividades mais variadas e começou a expressar as suas vontades.

Essas mudanças e conquistas acontecerem muito rápido e eu confesso que me senti um pouco perdida, pois em uma semana ele era um bebê de colo e na outra ele já queria pegar todas as coisas que existiam na casa. Depois que ele começou a engatinhar, cada dia queria e quer inventar e descobrir algo novo. Nesse caminho percebemos que o Francisco começou a ficar mais desatento, um pouco irritado, não estava prestando muita atenção quando o chamávamos (a ponto de não olhar quando ouvia o seu nome -parecia chateado).Então, resolvemos mudar algumas coisas como a forma que estávamos brincando com ele e também a forma que estamos apresentávamos os brinquedos para ele (seguindo algumas dicas e conhecimentos adquiridos com um Livro baseado nos conhecimentos da Maria Montessori – que eu já havia lido na gravidez-).

Diminuímos um pouco o tempo que deixávamos a TV ligada com alguma animação. Começamos a utilizar mais música ambiente e silêncio. Guardamos e organizamos os brinquedos no quarto, trazendo para a sala (local onde ficamos a maior parte do tempo) apenas o que o Francisco iria brincar naquele momento. Deixamos sempre ele escolher o que sente vontade brincar, se sentindo mais livre. Começamos a oferecer objetos com texturas e formas diferentes do habitual (percebi que praticamente todos os brinquedos são feitos do mesmo material, plástico e silicone, observe). Também, começamos a falar o nome dele seguido de algum “comando” muitas vezes durante as brincadeiras: “Francisco você está colocando a bola DENTRO da caixa? Agora coloca ela FORA da caixa”.

Percebemos que mudando esses detalhes o Francisco também mudou. Ele começou a fazer mais coisas sozinho, como tomar a mamadeira de leite ou o copo de água. Começou a responder a alguns comandos (vem aqui),  descobrir muito rápido as funcionalidades de determinados brinquedos e principalmente começou a desenvolver as suas habilidades motoras (está pegando objetos bem pequenos com a ponta dos dedos, não mais com a mão inteira). Sinto que ele está mais feliz e menos ansioso, sinto que está conseguindo se expressar um pouco mais.

E vocês mamães quais atividades sensoriais desenvolvem com os seus filhos?

 

Beijinhos!

2 comentários em “Descobrindo o mundo através dos sentidos!”

  1. Ana, adorei o Post (como sempre). Principalmente as suas dicas de mãe, pois eu acho que limito muito o meu filho e as brincadeiras dele. Vou tentar deixar ele mais livre, ele está com 9 meses e eu sou toda assustada. Tive várias ideias lendo, poste as dicas de brincadeiras, fiquei bem curiosa. Bjoo

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  2. Oii Ana, sabe que eu sou fã do blog ne. Eu aqui em casa invento varias brincadeiras como essas, sempre estou mudando, pois aqui sempre precisa de coisas novas. Organizei os brinquedos mais bagunçados e gostei muito do jeito que vc fez. Gostei das dicas de organização, poderia fazer um post sobre isso. Como organizar ne. Bejinho

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