Ter ou não ter filhos?

O Post de hoje, Ter ou não ter filhos, não é um incentivo às taxas de natalidade, fiquem tranquilos! É apenas uma reflexão sobre essa decisão tão séria e decisiva na vida de um casal. Também, é uma reflexão sobre as grandes exigências que nós mulheres fizemos sobre a hora certa ou a idade ideal para engravidar. Enfim, é um pause na correria para refletir sobre o que significa ter filhos!

Por que ter filhos (Ter ou não ter filhos)?

Desde o tempo dos nossos (tatatara milhões de anos) avós existe aquela velha cobrança aos novos (ou “antigos”) casais de que todo mundo precisa ter filhos. É só casar ou “juntar os trapinhos” que as perguntas começam. Enquanto alguns fazem isso mentalmente e educadamente, outros já são totalmente descarados: “Quando vocês irão engravidar?”, “Agora só falta fazer um filho!”, e pior ainda: “Vocês já estão ficando velhos, precisam ter filhos logo!”.

Pessoas do bem, em primeiro lugar vocês sabem como essas cobranças são chatas? Não sabem? Bom, agora vocês ficaram sabendo! É MUITO CHATO, inconveniente e íntimo demais para qualquer um dar “pitaco” onde não foi convidado.

Ter filhos não é uma decisão dos futuros avós, dos futuros titios, das vizinhas ou amigas (pode ter certeza que ninguém vai – e nem deve – criar e cuidar do seu filho depois) e sim exclusivamente do casal. Só depende das possibilidades, da disponibilidade e principalmente do desejos de ser mãe e pai.

Ter filhos não é uma decisão simples, como comprar algo: “se eu enjoar eu troco!”, pelo contrário é para a vida toda, é para 1, 5, 20, 50, 70 anos. Não é para bonito, para dizer que tem, porque é fofo, porque todas as suas amigas já são mães ou porque a idade está chegando e a família cobrando.

Ter filhos é para educar, criar e cuidar. Não é para os avós, muito menos para as babás. Exige tempo, anulações, privações e exige muitaaa rotina. Sem falar nas noites mal ou bem mal dormidas. Nas comidas frias, choros e gritos constantes e certas vergonhas que aprendemos a conviver.

Você está preparado para isso? Não? Natural, ninguém está! A gente só aprende a ser mãe e pai sendo! Simples assim! O que realmente interessa é você ter noção de que a sua rotina, o seu tempo, as preocupações, os medos, as viagens, os dias e as noites não serão mais as mesmas.

Então, ter filhos é horrível?

Não, ter filhos é a melhor coisa que existe nesse mundo, é o sentimento mais pleno e mais puro que uma mulher pode sentir. É dar a vida, é ser tudo, é ser amado. Não existe um sentimento de amor nesse mundo que se compare, é magico, é maravilhoso! Contraditório, certo? O que eu estou tentando dizer é que realmente é muito bom e vale a pena, mas ao mesmo tempo é TRABALHOSO e as coisas mudam. É preciso aceitar a mudança em primeiro lugar para aprender a se adaptar a nova rotina.

Converso diariamente com muitas mamães e escuto nos primeiros meses uma frase que para quem não tem filhos pode soar estranha: “Se eu soubesse que seria assim, eu não sei se eu teria filhos!”. Toda vez que eu escuto essa frase eu dou risada, pois é normal pensar e sentir isso pelo menos uma vez. Faz parte do cansaço e do processo de adaptação a nova realidade.
Passamos 9 meses apaixonadas pela nossa barriga, mas a gente só conhece o amor real e aprende a amar aquele “serzinho” dependente de nós quando ele nasce. Com o passar dos meses esse amor só se multiplica, é incrível, a gente não entende como é capaz de amar tanto!

Os primeiros meses são os mais cansativos, pois é o primeiro choque, é a grande mudança: a vida sem filhos X a vida com filhos. Conforme o bebê cresce as coisas começam a entrar “nos eixos”, elas melhoram, elas se organizam e se renovam. Cria-se uma grande sintonia, é um processo natural, dia após dia. É preciso ter paciência e entender que essas dificuldades iniciais fazem parte, que acontecem com todos os pais de primeira viagem (e todos sobrevivem).

Imaginem como o primeiro ano é difícil para o bebê (e mais conturbado ainda para nós). São muitas mudanças e aprendizados ocorrendo ao mesmo tempo.

Começando pelo nascimento, algo assustador, cheio de barulhos, cheiros, pessoas, tudo diferente. O bebê antes de nascer recebia todo o alimento que necessitava sem esforço, era quentinho, protegido, tudo na medica certa. Nesse mundo ele sente frio, calor, dor, sono, fome. O bebê precisa aprender até a mamar, mais tarde a comer e o seu corpo precisa se adaptar a cada um desses processos. O bebê aprende a sustentar a própria cabeça, a sentar, engatinhar, rolar, caminhar, falar, tudo em um curto espaço de tempo.

Imaginem como isso é difícil e diferente para alguém que não é capaz de traduzir em palavras o que sente. É preciso agir com muita empatia e entender que o primeiro ano do bebê exige muito dos pais, mas ao mesmo tempo passa muito rápido. Todo esse esforço com certeza vale a pena, pois as nossas ações nessa primeira infância (até uns 6 anos) podem definir o futuro dos nossos filhos.

Qual é o momento ideal, será que eu estou pronta?

Percebo que as pessoas andam protelando cada vez mais a hora de engravidar, mesmo cheias de certeza e vontade, pois ficam incessantemente buscando o momento certo. Eu concordo que é importante se programar, se estabilizar financeiramente, mas muitas vezes isso acontece por um único motivo: o medo, seja do novo, da mudança, de perder a liberdade, de não “dar conta do recado” e o meu conselho é o seguinte:
Se você tem muitas dúvidas comece a participar da rotina de algum casal que tenha filhos e imagine o seu futuro, você seria capaz de se adaptar a uma rotina parecida?

Se você pensa, pesquisa, estuda, reflete, realmente se importa com os assuntos que norteiam o universo materno e claro, sente muita vontade de ser mãe, tenha filhos! Você com certeza será uma mãe incrível, a melhor que o seu filho poderá ter. Pode ter certeza que você irá conseguir, você dará conta. Acredite em mim, a gente aprende muito, mas apenas com o tempo, na prática.

É muito importante e valioso ler, pesquisar sobre as fases do bebê, sobre a alimentação, sobre tudo que envolve esse universo, mas não existe estudar para ser mãe ou pai, é apenas dia a dia, pele, calor e prática.

Fique tranquila, você não será menos mãe se não seguir o “manual”. Não será menos mãe se fizer diferente das suas amigas. Você não será menos mãe se sentir inseguranças e medos, mas com certeza será uma ótima mãe se fizer o principal: amar o seu filho e não medir esforços por ele, o resto são apenas detalhes.

Aqui em casa nós sentimos que estava chegando a hora de ter filhos quando começamos a imaginar os nomes que daríamos se tivesses um bebê. Quando as lojas de bebê começaram a ficar interessantes e “babávamos” em todas as roupa que víamos. Quando começamos a conversar sobre a educação que daríamos, como e porque  faríamos. Quando começamos a ficar muito “tocados” com histórias tristes envolvendo bebês ou muito alegre ao encontrar um. Enfim, quando esse momento chegar você irá sentir e ter certeza!

Então, posso dizer que não existe um momento ideal, existe apenas desejo, vontade e principalmente coragem!

Lembrando que essa decisão deve ser tomada pelo casal, não apenas por um dos membro, pois filhos não “salvam” casamentos (aliás, fazem o oposto em uma relação desgastada), não melhoram a convivência ou mudam as pessoas. Não tenha filhos por você ou para você, por egoísmo, não tenha filhos se você não está pronto para doar mais do que receber.

Saiba que ele depende de você…

A ligação que uma mãe cria com o seu filho é algo indescritível, é impossível escrever, sequer entender. Engana-se aquele que pensa que o bebê pequeno não sente falta da mãe ou do pai. Engana-se quem pensa que um bebê não percebe a ausência. Os bebês sentem tudo, mas eles se expressam de madeiras diferentes, através do corpo, do brincar, da agressividade, das doenças, dos pesadelos e principalmente do choro. Os bebês sentem as brigas, as discussões, a insegurança, a raiva, a tristeza, o ódio e ao mesmo tempo o amor, o carinho, a atenção, o cuidado. As crianças não entendem os sentimentos negativos, elas sempre acham que a culpa do que está acontecendo é delas e por causa delas.

Um bebê até o seu 2º ano mais ou menos não é capaz de ficar longe da mãe muitos dias, ele sofre muito, ele não tem estrutura emocional para isso. Até o 1º ano horas já trazem um grande sentimento de abandono e nenhuma presença é capaz de aliviar essa dor.

Dica: Quando você precisar voltar para o trabalho (ou toda vez que precisar se ausentar), é importante sempre explicar para o bebê a situação, assim ele aprenderá que a mamãe vai, mas ela volta: “Eu vou trabalhar filho (a), mas no final do dia a mamãe irá voltar para ficar com você, não precisa se sentir abandonado ou triste, a mamãe logo volta”, converse com o seu bebê. É importante dar tchau para o bebê toda vez que sair, não saia escondido, a criança precisa ver que você vai e volta. Com o passar dos dias ela aprenderá e gravará até o horário que você retorna para casa.

É preciso ter consciência de que ter um filho significa sim abdicar de muitas coisas, mas principalmente abrir mão da nossa tão amada LIBERDADE. Para os bebês os pais significam vida, energia, saúde, calor, amor. É fundamental refletir sobre essas questões e responsabilidades antes de engravidar. Você está colocando uma criança nesse mundo para quem criar? Afinal, ninguém é obrigado a ter filhos. Nenhuma mulher é obrigada a ser mãe, não está escrito isso nos 10 mandamentos: “é pecado não ter filhos”.

Ter filhos é uma escolha e tem pessoas que simplesmente não querem, “não nasceram” para essa missão e é preciso respeitá-las. Outras (como eu) têm plena certeza de que querem ter filhos “desde o dia em que nasceram”.
Eu tenho uma amiga, por exemplo, que simplesmente ama crianças, mas decidiu que não quer ser mãe. Para mim isso é diferente, até estranho, mas mesmo assim a respeito muito. Confesso que às vezes a gente vive e respira tanto a maternidade que deseja que todo mundo tenha filhos, sem parar para pensar que as pessoas são diferentes.

Filhos filhos não são objetos e merecem serem tratados com muito respeito. Filhos foram feitos para serem criados pelos pais, com muito amor, educação e carinho. Lembre-se de que a responsabilidade é SUA e não da sua família, dindos, tias, primas, amigas, etc.
Você pode optar por não ter filhos, mas se escolher ter faça por merecer! Respeite e ame a criança que você fez e deu a luz.

Não pense que você irá se sentir incrível todos os dias, mas com certeza você se sentirá muito privilegiada e agradecida a todo instante do seu dia. Você descobrirá o verdadeiro sentido da palavra altruísmo. Você irá aprender a se valorizar mais e a valorizar tudo ao seu redor. Reconhecerá Deus e sua grandeza em todos os detalhes. Filhos trazem luz para a nossa vida, trazem amor e principalmente FELICIDADE, ao mesmo tempo muita e extrema RESPONSABILIDADE!

Então, se você leu tudo isso e ainda não desistiu, você está pronta! Brincadeira, todo mundo tem o seu tempo, se respeite em primeiro lugar!

Beijinhos!

6 comentários em “Ter ou não ter filhos?”

  1. Oi, Ana! Conheci teu blog muito por acaso hoje mesmo, fui logo lendo esse texto por que tenho pensando muito sobre o assunto. Pois bem, eu ainda na me sinto preparada para tal “tarefa” é espero realmente me sentir pronta. Nunca tive muito o desejo de ser mãe e tbm acredito que nem todas têm instinto materno, mesmo as mulheres que já engravidaram ou tiveram um filho, e que, infelizmente, são condenadas pelo sociedade por essa questão. Devem existir estudos científicos pra isso, eu imagino. Enfim, tava desviando o rumo da conversa, rs. O que queria dizer é que mesmo nas sendo tão próximo do tema eu achei encantador tudo o que tu escreveu, foi realmente um relato de uma mãe apaixonada porém não melosa. Farei o possível pra passar mais vezes por aqui. Parabéns pelo trabalho feito aqui e bjs no filhote.

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    • Oiii Rhu! Seja bem vinda querida! Esse realmente é um assunto que nos faz pensar muito, além de ser uma decisão séria, meche com os nossos instintos. Eu acredito mesmo que existem mulheres que “não nasceram” com o desejo e vontade de ser mãe e as respeito. O problema é terem filhos por obrigação e não cuidar, o que serão dessas crianças não é? Fico feliz que tenha gostado do post e do Blog! Vou esperar mais visitas suas, adorei! Muito obrigada de coração! Espero de alguma forma poder ajudar outras mamães compartilhando minhas experienciais e conhecimentos! Beijos.

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  2. Ana!!????????
    Adorei, mais uma vez sua palavras escritas tocaram lá no fundo…esclarecedor do ponto de que: sim, é muito amor e, sim também dá muito trabalho.
    Acho que quando os nomes já pipocam, as roupas ja chamam atenção, os amigos em comum com babys,é a coragem que precisa dar as caras. Tipo, aqui rsrsrs
    Parabéns pela qualidade com que escreve!
    Sucesso ao blog!
    E beijinhos no teu fofo e em você!

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    • Oiii Sammy!
      Ser mãe é viver todos os dias esses dois lados da moeda: “morrer” de amor X “morrer” de cansaço (risos).
      Acho que a coragem é o grande ponto neh… Se dispor a algo tão diferente e novo, mas posso garantir que compensa todos os dias! Agradeço por ter sido tão abençoada com o Francisco e nem lembro mais no trabalho que deu ou da, isso se torna muito pequeno perto do resto!
      Obrigada pelos elogios e fico muito feliz em te encontrar por aqui! Beijinhos querida!

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  3. lindas palavras ! estou vivendo esse momento , muito difícil essa decisão , estou lendo a respeito e a cada dia tenho mais duvidas ler sua postagem me deu uma dica valiosa conviver com quem tem filho seria uma maneira de saber se gostaria ou não da experiencia .

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