Viajar sem os filhos: Culpa? Medo? Por onde começar?

 

Olá pessoal!

Como viajar sem os filhos sem se sentir culpado? Por onde começar? Tudo o que você precisa ler sobre viajar sem os filhos encontra-se abaixo. Sente-se e reserve um tempo para essa leitura, valerá a pena!)

 

A coisa mais importante que eu aprendi com a minha dupla experiência no universo materno foi: a forma que eu me sinto -comigo mesma- afeta diretamente a forma COMO EU REAJO COM MEUS FILHOS.

Embora a maioria das pessoas acredite que o mais importante é se tornar “a mestre do magos da maternidade” (ensinar a criança a comer incrivelmente bem, ter uma alimentação de cinema, dormir incrivelmente bem, super educação e aprender a ler aos 3 anos).

Porém, na verdade em primeiro lugar, o passo mais importante e difícil da maternidade é cuidar do NOSSO EMOCIONAL, pois para você conseguir ensinar qualquer coisa de forma efetiva e verdadeira aos seus filhos você precisará no mínimo ter PACIÊNCIA.

Paciência para respondê-los da forma correta, para sentar no chão e brincar de verdade, olhar nos olhos deles, ter paciência para ensiná-los a comer sozinhos, para repetir milhares de vezes o alimento recusado inicialmente, para preparar refeições de verdade (e não apenas as porcarias prontas). Você precisará de paciência para entender os sentimentos dos seus filhos e ajudar verdadeiramente no que eles necessitarem (ou seja, para ser o exemplo que eles irão seguir).

Todos os ensinamentos realizados com amor, paciência e atenção são absorvidos pela criança com mais facilidade, mais aceitação. A nossa reação emocional (madura) frente às reações emocionais (imaturas) da criança são decisivas no aprendizado. A educação é a consequências das nossas atitudes e ensinamentos (sejam boas ou não).

É possível (até) disfarçar preocupações e problemas dos nossos filhos, mas as crianças sentem quando não estamos completas ao lado delas. As crianças são seres totalmente emocionais, elas sentem o clima da casa. Não pense que seu filho/filha não percebe quando você está triste ou preocupada.

Na maioria das vezes as crianças não entendem o que está acontecendo, porém, elas sentem que algo não está bem e como seu universo ainda gira totalmente em torno dos seus sentimentos elas acabam interpretando que foi algo que fizeram ou deixaram de fazer (quando você não estiver se sentindo bem, seja sincera com seus filhos e explique que você está cansada ou que são problemas de adultos, nada relacionado a eles).

 

Mas, o que isso tudo isso está relacionado ao tema central do post (“Culpa por viajar sem os filhos”)? ABSOLUTAMENTE TUDO!

Em primeiro lugar você só irá começar a aceitar as suas necessidades quando perceber que elas realmente são importantes. Estar com os filhos é a prioridade de todas as mães, é a minha,  com certeza é a sua. Porém, chega um momento (para todas nós) onde começamos a nos imaginar em uma ilha deserta e esse é o primeiro sinal de alerta. Nosso desejo é simples: ter um tempo para fazer as nossas escolhas, comer a hora que sentirmos vontade, passar o dia lendo um livro, assistindo uma série, acordar a hora que desejarmos ou simplesmente passear (o que importa é um tempo dedicado apenas para os nossos desejos).

Esse tempo longe consequentemente fará você renovar as suas energias e aumentar o seu nível de paciência (para montar pistas de carrinho, chás com bonecas, birras ou brigas de irmãos). Sua criatividade irá aumentar e sua produtividade também. Aliás, o lugar descrito como um “criador de ideias” (onde as ideias mais transformadoras acontecem) é no banho -sim, todos nós temos um em casa- em um momento onde as pessoas relaxam com a água quente e apenas refletem sobre a vida. Avalie, quando você está muito cansada, um banho ajuda a se sentir renovada (água quente e uns minutos em silêncio tem um grande poder). O efeito de viajar é muito parecido.

Quando uma pessoa não respeita o que sente, esconde o que deseja e vive presa dentro de si mesma, a rotina passa a ser maçante, os dias longos ou todos iguais. É viver constantemente um sentimento de insatisfação. Por mais que nossa vida seja baseada em hábitos, chega um momento em que desejamos fugir um pouco para sentir uma nova emoção (conversar com novas pessoas, conhecer novos lugares, “respirar novos ares”).

A partir da falta de descanso, do famoso “tempo para a cabeça” começam a surgir as discussões no relacionamento. O casal estressado não consegue raciocinar o que sente, aliás, não sabe se o que sente é por causa da relação ou  suas próprias faltas que consequentemente acabam atingindo a relação.

Nesse caminho surge a insônia, a ansiedade, o desanimo, a enxaqueca e diversos sentimentos que nos abalam verdadeiramente e no final explodem em forma de doenças. Quando você se sentir dessa forma nunca deixe de se perguntar: o que está faltando em mim? O que está “explodindo” em mim? O que eu realmente desejo? Como eu posso transformar a minha vida?

Viajar sem os filhos, seja para ficar 2 dias, renova a família toda, aliás, faz toda a diferença em um relacionamento (“vai por mim”). Se fossemos medir os prós e os contras, as dificuldades, a dor em deixar as crianças com outras pessoas, a organização que isso requer, tudo é totalmente compensado por uma mãe (e/ou um pai) mais feliz, animada, paciente, cheia de energia, com novas ideias, realmente renovada e o que isso irá acrescentar na vida da família não existe preço.

Acredite em mim, não é egoísmo! E não é porque (talvez) seus pais não tinham essa mentalidade você precisa ter. Lembre-se que nossa geração lida com 10 milhões de problemas que não existiam no passado, o nosso nível de estresse é outro, aliás, o mundo todo mudou, hoje tudo é muito acelerado e nem tempo para pensar nós temos, encare essa realidade.

 

COMO LIDAR COM A CULPA?

Minha amiga, essa você irá encontrar em todos os caminhos da maternidade (trabalho, lazer, finanças, emoções) e só existe uma forma de lidar com ela: entender claramente os motivos e objetivos que lhe levaram a fazer determinada escolha, por exemplo: viajar com seu companheiro/companheira, pois deseja valorizar a sua relação. Trabalhar alguns dias até mais tarde ou todos os dias nos horários necessários para construir o seu futuro e o dos seus filhos. Quando você aceitar as suas necessidades como algo realmente importante, você irá conseguir controlar e lidar com a culpa que surge em cada desafio.

Quando viajar sem os pequenos, saiba que seu coração ficará apertado na hora de sair, você se sentirá sufocada de saudades em diversos momentos do dia. Porém, se você se permitir, não ficar se sabotando (“eu sou uma péssima mãe por deixar meus filhos”, “nunca mais eu vou fazer isso, estou fazendo eles sofrer com minha falta”), se você lembrar de todas as coisas que você faz em 24h, de todas as madrugadas, brincadeiras, carinhos, se você lembrar a mãe maravilhosa que você é (leia esse post para se fortalecer) você terá ótimas férias. Acredite em mim, a gente sofre mais do que nossos filhos (pensando e se martirizando pelo que eles podem vir a sentir).

Aqui vale ressaltar que todas nós mães (com aquele coração que explode de amor) temos muita dificuldade de nos separar dos nossos filhos. Sentimos que somos o universo deles, e acredite, muitas vezes nos tornamos. Porém, não criamos os filhos para viverem apenas com a gente, criamos e ensinamos eles para viver nesse mundo. É importante permitir que eles tenham vida social, se adaptem com outras pessoas (dindas, babás, professoras, amigos). Afinal, a gente nunca sabe quando precisará se ausentar, seja por trabalho, nascimento de outro filho, estudos, doenças, etc.

 

COMO FAZER, COMO COMEÇAR?

1- Planeje uma viagem curta e confie: Se você nunca viajou e seu filho/filha não está acostumado a ficar com outras pessoas, o primeiro passo é ajudar ele a desenvolver esse vínculo. Por exemplo, deixe seu filho/filha uma noite com os avós. Deixe todas as informações que eles precisarem (remédios, alimentação, tudo) e saia tranquila. Permita que os avós (ou cuidadores) façam as próprias escolhas. Se eles mudarem o horário de dormir ou fizerem algo diferente, não se preocupe, as crianças sabem as regras de casa e sabem quando podem fugir disso (são extremamente adaptáveis). Os avós não irão “estragar” o que você construiu, são apenas pequenos e novos momentos (que eles guardarão para sempre).

Observação: Somente deixe seus filhos com pessoas de confiança e claro, pessoas que seu filho confie e se sinta bem. Pessoas que os amam e saberão lidar com os possíveis momentos difíceis.

2- Organize: Deixe o telefone do pediatra de confiança e avise-o que irá passar o telefone dele caso as crianças precisem. Deixe as refeições prontas e congeladas. Planeje atividades novas para as crianças realizarem enquanto você viaja, crie uma programação divertida.

3- Faça um calendário: Da forma que seu filho for capaz de compreender, sempre acompanhado de uma explicação lúdica (desenhos e uma história fácil). Exemplo: No dia 1 a foto de um avião (representando a viagem de vocês) e no dia 4 a volta, representada por uma foto da família toda e/ou uma recompensa (se você for o perfil que utiliza esse método), utilize a foto de um presente (sem uma promessa especifica, pois em viagens as vezes é difícil encontrar o que a criança pediu, prometa apenas uma lembrança do lugar que irão conhecer).

Particularmente (não estou falando que está correto), sempre trago um presente para os meninos quando viajo e na nossa situação os deixa mais tranquilos, eles sentem a nossa falta, mas a ideia de receber uma recompensa os ajuda a aliviar a espera. Quando chegamos com os presentes sentamos e brincamos imediatamente juntos (mesmo depois de 24h de viagem). Criamos um momento gostoso e de muita alegria, hoje, eles nos esperam com sorriso no rosto, ansiedade boa e muito amor.

Observação: Se o seu filho tiver menos de 2 anos talvez ele não compreenda ainda essa atividade, avalie se ele já é capaz de entender. Se achar que o calendário é difícil faça desenhos com imagens, conte uma história e explique como serão os próximos dias.

 

QUAL A MELHOR IDADE PARA VIAJAR SEM OS PEQUENOS?

Particularmente sempre indico que viagens longas ocorram apenas depois do primeiro ano da criança, pois é mais fácil para ela compreender que a mamãe sai e retorna. Antes dessa idade pode ser mais difícil emocionante para a criança lidar com a falta dos pais.

A minha primeira viagem longa (9 dias) fiz quando faltava 1 mês para Antônio completar 2 anos e Francisco 2 meses para 4 anos. Porém, antes disso eu já havia deixado ambos diversas vezes por 1 ou 2 dias na casa dos meus pais ou 1 noite com a babá (por compromissos fora da cidade). Então, ambos estavam adaptados a outras pessoas e adoravam esses programas.

 

Observação final: Nós viajamos com os meninos desde que Francisco tinha 6 meses e Antônio 4 meses, eles amam viajar. Saímos sempre com eles e amamos passar tempo todos juntos (as viagens mais felizes que me lembro foram com eles). A intenção desse post é apenas ressaltar o quando é importante você encontrar momentos para SER e FAZER apenas por você mesma (e pelo seu companheiro, companheira) e aliviar as suas culpas e inseguranças por viajar sem os filhos.

 

Lembrança de uma viagem inesquecível que eu e papai fizemos. Rumo ao nosso 10º aniversário e nosso amor só cresce, sem desgaste, com mais diálogo, mais maturidade e mais amor!

 REGRA INQUEBRÁVEL DA MATERNIDADE: SER FELIZ!

 

Até mais!

9 comentários em “Viajar sem os filhos: Culpa? Medo? Por onde começar?”

  1. Estava muito insegura para sair com meu marido. Nosso casamento estava naquele ponto onde nem conversávamos direito, era um todo dia igual. Ano passado eu vi no seu insta que vocês foram viajar sem os meninos e decidi fazer o mesmo. ficamos 5 dias fora e quando voltamos eu sentia que nosso casamento estava diferente, pois a gente tinha novos assuntos e coisas pra falar e começamos a pesquisar novas viagens com nosso filho e ano que vem mais uma sem. Lendo seu post eu tive certeza de ter feito a coisa certa, tudo melhorou. E hoje na frente do meu celular eu tive uma ideia, eu preciso mudar minha vida e voltar a ser eu mesma. Obrigada pelas palavras, pelo amor em cada uma! Não sou de comentar, mas queria que soubesse que você realmente nos ajuda mesmo sem saber. Catarina.

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  2. O que eu precisa ler para acabar com minhas dúvidas! Meu marido me pede a meses para sairmos uns dias juntos. Nossa filha tem 2 anos e nunca ficamos um dia juntos. Isso me fez ver que meu casamento merece, a a gente merece. obrigada Ana, mais uma vez!

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    • Oii querida!

      Nós tiramos os aplicativos do facebook para curtir, pois eles sós estavam apresentando problemas e dificultando muito o login das pessoas, mas pode sempre deixar seu recadinho pra mim que eu vou amar e interagir! O coração tiramos na mudança do layout para ficar menos carregado. Beijosss

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  3. Gostei bastante da dica de começar por viagens curtas, de 2 dias, assim o coração vai se acalmando e a gente começa a perceber a diferença que isso faz.
    Busquei pelo tema no google e que bom que achei esse post. Bacana!!

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