Olá mamães!
Há algum tempo eu quero escrever esse post, mas demorei um pouco para conseguir formular algumas ideias (mesmo parecendo um assunto “simples”), pois eu não me sentia pronta para escrever sobre algo que me incomodava, mas ao mesmo tempo de alguma forma eu também fazia. Eu sou muito sincera, cautelosa e odeio hipocrisia, jamais falaria algo sem antes praticar ou seguir. Hoje, eu cuido até os meus pensamentos para não julgar qualquer pessoa sem antes conhecer a sua história (e mesmo conhecendo evito julgar, pois cada um sabe o que é melhor pra si). E claro, só dou dicas ou conselhos se me pedem.
Ser julgada é algo corriqueiro na maternidade e é incrível como as pessoas fazem isso com facilidade (muitas pessoas chegam a ser maldosas, por falta de informação ou maldade mesmo hehe…). É como se a maternidade despertasse o lado mais crítico de algumas pessoas ou se tornasse algum tipo de competição para descobrir quem é a melhor mãe (bobagem!).
Vou ser mais clara… Depois que a gente se torna mãe passamos a perceber como a criação dos nossos filhos se torna interessante para as outras pessoas (tias, primas, amigas, a vizinha, a mulher do mercado, a amiga da amiga, o padeiro, pessoas que nunca nos viram, etc.) e sempre tem um serzinho desagradável pronto para nos repreender por sermos: mães de primeira viagem (e estarmos fazendo algo diferente e errado), mães com pouca idade (irresponsáveis ou incapazes) ou mães com mais idade (sem disposição), por termos uma visão mais aberta (por querermos ser muito moderninhas com algo tão simples, criar filhos!) ou mais fechada (por termos conceitos antigos e errôneos), novos conceitos (“criando moda”), etc. E na visão dessas pessoas somos incapazes de criar os NOSSOS filhos ao NOSSO modo, é preciso nos ensinar (“pitaquear”) como fazer, pois afinal, todo mundo deve ser igual e fazer tudo igual!
E quando isso acontece (alguém nos da uma “dica amiga”) nos sentimos a pior mãe do mundo, como se estivéssemos fazendo tudo errado, como se não fossemos a mãe que o nosso filho/filha merece. É um sentimento imediato e inconsciente, ele surge, nos faz mal e depois de muito pensar (comparar o nosso filho com outros e reviver cada atitude nossa) ele vai embora.
Existem (poucas) pessoas que realmente estão preocupadas com o nosso bem e querem nos ajudar (e é preciso saber reconhecê-las em meio à multidão pitaqueira), mas existem muitas outras (inclusive outras mamães) que apenas querem impor a sua visão de mundo, educação, o seu jeito e nos provar que estão certas. Elas tentam nos convencer de que a forma que elas CRIAM OU CRIARAM os SEUS filhos é o “correto” e devemos fazer igual com os NOSSOS filhos (novamente: como se fosse uma competição!).
Eu já dei pitacos, já tentei impor a minha visão e hoje com mais experiência eu percebi que eu não sei absolutamente nada sobre o “filho dos outros”, pois é impossível saber o que se passa dentro de uma família, da casa, da vida alheia sem conhecer ou viver a situação. E na maternidade sempre existem dois lados e milhões de “fórmulas mágicas” para criar filhos, cada mãe/casal escolhe uma forma de acordo com o que acredita e vive. E no final a única coisa que importa é criar os filhos com muito amor, educação, carinho, respeito e atenção, os demais cuidados são consequência de tudo isso.
É impossível querer que todas as crianças do mundo “funcionem” da mesma forma se TODAS SÃO DIFERENTES. Nem dois irmãos são iguais, imaginem outras crianças sem relação. MUNDO, mais uma vez: os bebês não são sistemas pré-programados e É MUITA FALTA DE RESPEITO TRATÁ-LOS ASSIM. As crianças merecem respeito desde o dia que nascem, elas merecem ser tratadas como seres de direito, pois é isso que são.
Cada criança tem suas particularidades, traços de personalidade, temperamentos diferentes, algumas são mais sensíveis, outras mais fortes, outras mais tímidas e outras mais extrovertidas. Algumas falam antes, outras depois, algumas caminham com 11 meses e outras com 18. Algumas dormem mais e outras menos, algumas comem mais e outras menos. Algumas engatinham, outras não. Algumas são loiras, outras ruivas, castanhas e outras morenas. Algumas são maiores e outras menores (e igualmente saudáveis). Algumas choram mais, outras menos, algumas são mais carentes e outras mais independentes. Precisamos lembrar que cada criança foi criada sob influencias e estímulos diferentes, então, obviamente o seu desenvolvimento será diferente!
Resumindo: NÃO FAÇA COMPARAÇÕES, pois não existem seres humanos iguais, não existe “criança modelo”.
Observação: se algum dia você ficar em dúvida sobre o comportamento/desenvolvimento do seu filho busque ajuda e auxilio de bons profissionais e não do Dr. Google (ele pode até te ajudar, mas ao mesmo tempo apenas te deixar aflita, preocupada e cheia de “minhocas na cabeça”, vai por mim!).
Eu fico indignada com a falta de sensibilidade que algumas pessoas têm, eu acho um absurdo o que muitas pessoas dizem (ou escrevem em comentários de publicações) para outras mães: “Você não pode dormir com o seu filho, pois vai deixá-lo dependente”, “Você não deve dar colo, porque estraga”, “sua filha é muito mimada” (porque ela não quer comer algo que realmente não gosta e nunca gostou), “se você continuar dando tanta atenção vai tornar o seu filho um tirano (oi?)”, “se você não voltar a trabalhar fora o seu filho vai achar que a vida é fácil (claro! com certeza não fizemos nada o dia todo em casa, só assistimos filme e comemos pipoca -#bomseria-!), “se você for trabalhar fora o seu filho vai se sentir abandonado” (e você não deve sustentar a sua família, passe fome!). “Ele faz birra porque você não da palmadas” (NUNCA FAÇAM ISSO com a intenção de educar, faça somente se você quiser machucar ou incitar a violência ), “você deve seguir sempre a dica dos mais velhos, pois temos mais experiência” (mais colesterol, mais diabetes, -brincadeira-). “Mãe que faz cesárea não ama ou é egoísta” e “mãe que não amamentou não é mãe”.
Enfim, eu poderia ficar dias escrevendo milhares de bobagens que ouvimos por ai, mas a minha intenção é apenas demonstrar que todas nós mamães estamos “nesse mesmo barco”, sendo alvos (sem nos vitimizar) dos olhares e pensamentos alheios. E como isso nos magoa, nos irrita, nos faz mal, pois acabamos questionando a mãe que nos tornamos, nossas atitudes, nossa dedicação e isso é muito triste.
Eu não estou falando que ninguém deve nos falar nada (não levem tudo ao “pé da letra”, por favor!) ou desmerecendo quem realmente quer ajudar ou ainda falando que somos perfeitas e inabaláveis. Eu estou falando que muitos comentários desnecessários de pessoas que não estão realmente preocupadas com o nosso bem magoam, machucam e com certeza só nos atrapalham.
Eu estou falando coisas que percebi ao longo do tempo. Coisas que escuto por ai, coisas que muitas mães me dizem quando me escrevem, quando desabafam muito tristes, quando duvidam delas mesmas, quando buscam carinho e uma palavra amiga e também quando recebo certos olhares (piores que algumas palavras).
Eu estou falando sobre a mãe que nós somos. A mãe que enfrentaria um leão pelo filho, a mãe que doaria a sua vida se necessário, aliás, a mãe que doa a sua vida (e suas vontades) pelo filho. A mãe que abdica do seu tempo, do seu sono, da sua refeição quentinha, dos seus momentos particulares, dos seus Hobbies, da sua adolescência ou maturidade, do seu trabalho, do seu relacionamento, das suas compras, dos seus espelhos, da mãe cheia de marcas (físicas e emocionais), da mãe magra ou da mãe gordinha. Eu estou falando da mãe que ama de verdade, da mãe que se esforça ao máximo para ser uma boa mãe. Daquela mãe que se preocupa, chora durante as doenças, que deseja trocar de lugar com o filho perante qualquer dor. Eu estou falando simplesmente de todas nós, mães de verdade, mães reais!
Eu quero que todas vocês saibam que nós não merecemos muito do que ouvimos e devemos aprender a filtrar o que realmente tem fundamento do que não tem. Não devemos aceitar os pitacos/comentários maldosos, devemos ignorar (não vale a pena responder), pois nós mães sabemos o que é melhor para os nossos filhos. Dentro de nós existe uma voz que nos diz à forma que devemos agir e precisamos confiar mais na mãe que somos e nas decisões que tomamos. Com certeza nossos filhos sentirão essa confiança e consequentemente se sentirão mais seguros e tranquilos também. Isso só fará bem a toda família!
Então, a todas as pessoas, inclusive outras mães (que muitas vezes são as mais cruéis) eu lhes peço: pense duas vezes antes de julgar alguém, fazer comparações ou impor a sua visão “correta” do mundo. Deixe de ser tão maldosa (o), invejosa (o) e cruel, cuide da sua vida, dos seus filhos, da sua casa, “do seu espelho” e da sua família que nós cuidamos da nossa (com certeza o mundo seria um lugar melhor se as pessoas fossem mais empáticas e prestassem menos atenção no problema/vida dos outros – e fossem lavar uma pia de louça suja ao invés de falar mal de alguém).
E não esqueça que: criar um filho todo mundo cria, agora educar um filho e suprir emocionalmente tudo que ele precisa, “meu bem”! Não é para qualquer um!
Se o que você for falar realmente acrescenta, fale com jeito, com o coração, pois as palavras cortam, elas doem, elas deixem marcas e a gente tem o costume de não esquecer quando o assunto é nossos filhos. Enfim, não de pitados desnecessários, pois tudo que nós fazemos é pensando no bem e por amor aos nossos filhos. Se a gente faz algo errado, saiba: é normal, ninguém acerta na primeira vez, ninguém nasce sabendo tudo, ninguém é perfeito! Permita que a gente aprenda, com calma e paciência isso irá acontecer. O que toda mãe deseja é apenas ser “a melhor mãe do mundo” e não o oposto. E falando nisso, não existem pessoas ou mães perfeitas, existem apenas mães cheias de defeito e amor para dar!
Observação importante: Hoje, existem milhares de conhecimentos, estudos, artigos para alertar as mamães de certos riscos que existem em casa, de certos alimentos perigosos, da importância de consultar o pediatra regularmente (até o 10º mês), maneiras para ajudar o bebê a dormir melhor ou a comer alimentos mais variados. Estudos sobre a importância do afeto, do colo, do carinho, enfim, existem coisas muito importantes que realmente precisamos aprender (e adaptar a nossa rotina/vida/forma de ser) e não pensar que já sabemos tudo, pois “somos um grão de areia” perto do que podemos aprender. O que precisamos fazer é FILTRAR o que é “bobagem”/desnecessário e o que realmente é bom/importante para nossos filhos.